Se as pessoas pesquisarem “Quais celebridades usam Xiaomi em vez de iPhones?”, pode parecer uma simples curiosidade, mas essa pergunta representa, na verdade, uma questão muito mais profunda no nexo tecnológico-cultural: a autenticidade versus o patrocínio. A frase “em vez de iPhone” revela o domínio que a Apple tem há muito tempo no ecossistema das celebridades. De eventos com tapete vermelho a selfies de influenciadores, o iPhone tem servido como símbolo de status digital, elogiado por seu design, simplicidade e prestígio.
No entanto, algumas celebridades globais começaram a adotar a Xiaomi por meio de parcerias oficiais ou por preferência pessoal, redefinindo o significado da identidade tecnológica moderna.
Estratégia global de celebridades da Xiaomi
Ao contrário do marketing minimalista da Apple, o uso de embaixadores famosos pela Xiaomi tem menos a ver com luxo e mais com conexão cultural. A marca se certifica de adotar um modelo de influenciador regional ao empregar figuras famosas em mercados-alvo para criar confiança e relacionamento.
Índia: Bollywood no centro do sucesso da Xiaomi
Na Índia, a empresa faz parcerias com grandes ícones do cinema. Katrina Kaif se tornou a embaixadora global da Xiaomi Índia em 2024, representando os smartphones, TVs e tablets da marca. Sua enorme popularidade entre os grupos demográficos reforça a imagem familiar e acessível da Xiaomi.
Enquanto isso, Pankaj Tripathi, com seu caráter humilde na tela, defende os smartphones Redmi como uma garantia de confiabilidade e valor. Disha Patani é um ícone fitness que representa os Redmi Buds e os wearables, conectando a marca com consumidores jovens e ativos.
Sudeste Asiático: O poder do K-Pop
Por exemplo, em mercados como Tailândia e Malásia, a Xiaomi usa BamBam do GOT7, cujo “Redmi Note BamBam Edition” se tornou um fenômeno entre os jovens. Semelhante às parcerias da Samsung com o BTS, mas em linha com a missão da Xiaomi de acessibilidade e preço acessível: apelo premium a um preço acessível.
Heróis locais: Nigéria e Filipinas
Nas Filipinas, a atriz Gabbi Garcia fala sobre o desempenho da câmera e da bateria dos telefones Xiaomi para criadores de conteúdo. Na Nigéria, a lenda do futebol Jay-Jay Okocha liderou a campanha do Redmi Note 10, associando o orgulho nacional à tecnologia cotidiana.
Essa estratégia “glocal” de uma marca global com emoção local ajudou a Xiaomi a manter sua liderança na Ásia e na África, superando seus concorrentes em alcance cultural.
A crise da autenticidade: Quando os embaixadores ainda usam iPhones
Mas, apesar dessas campanhas poderosas, ainda há um desafio de autenticidade em todo o setor. Muitos embaixadores famosos, de todas as marcas Android, foram flagrados usando iPhones.
Casos em questão: Gal Gadot, da Huawei, tuitando “do iPhone” e Su Bingtian, da Xiaomi, que postou no Weibo de um iPhone 14 depois que seu contrato de embaixador com a empresa já havia expirado. Esses incidentes expõem o quão profundamente o iOS está incorporado na cultura do entretenimento – onde até mesmo os endossantes do Android costumam usar dispositivos da Apple de forma privada.
O que está atrapalhando a Xiaomi aqui não é a qualidade do produto, mas a percepção. O iPhone é considerado a “ferramenta criativa padrão” nos setores criativos. Para uma marca Android, quebrar essa imagem requer influência cultural, não apenas tecnológica.
Quem realmente escolhe o Android em vez do iPhone?
Além dos patrocínios, algumas figuras de destaque preferem genuinamente o Android por motivos funcionais ou ideológicos.
- Bill Gates usa o Samsung Galaxy Z Fold 4 para produtividade.
- Mark Zuckerberg e Elon Musk foram vistos usando os principais dispositivos da Samsung.
- Henry Cavill e LeBron James também são usuários conhecidos do Android.
Mas nenhuma dessas personalidades de alto nível está associada diretamente à Xiaomi. O motivo é simples: A Xiaomi é voltada para o valor, e não para o status. Seu mantra de “premium para todos” faz com que ela seja o telefone das pessoas – mas ainda não o telefone de Hollywood.
Ainda assim, à medida que a Xiaomi continua sua evolução premium por meio de dispositivos como o Xiaomi 15 Ultra e ecossistemas de software como o HyperOS 3, a marca avança constantemente para fechar essa lacuna de prestígio. A ascensão de influenciadores que escolhem organicamente a Xiaomi por seu ecossistema, em vez de seus acordos de patrocínio, sinaliza uma mudança de longo prazo na percepção.
Não se trata dos dispositivos, mas da identidade, da autenticidade e do poder cultural que a pergunta “Quem usa a Xiaomi em vez de um iPhone?” transmite. Enquanto o iPhone continua sendo um símbolo de luxo para as celebridades, a Xiaomi representa a inovação para todos, democratizando a tecnologia premium sem a etiqueta de preço. E, à medida que mais usuários começam a valorizar a função e o ecossistema em vez dos logotipos das marcas, não está muito longe o dia em que uma estrela de Hollywood dirá com orgulho: “Eu uso Xiaomi”.

Emir Bardakçı


