O mercado latino-americano de smartphones registrou seu melhor volume de remessas em dez anos durante o terceiro trimestre de 2025. De acordo com relatórios da Omdia, o mercado cresceu 1% em relação ao ano anterior, com o total de remessas atingindo 35,2 milhões de unidades. Esse ressurgimento destaca a economia em recuperação nessa região, bem como o crescente desejo dos consumidores por tecnologia móvel avançada, incluindo os mais recentes smartphones Xiaomi e dispositivos de ecossistema.
A Xiaomi consolidou sua posição no ranking dos principais fornecedores, refletindo o forte desempenho da marca ao lado de outros importantes participantes do setor nesse mercado competitivo.
Liderança de mercado e análise de fornecedores
O cenário competitivo na América Latina continua forte, com marcas estabelecidas mantendo seu território, enquanto os concorrentes avançam. A Samsung permaneceu no topo, mas a Xiaomi registrou alguns números incríveis de crescimento, com desempenho acima da tendência geral do mercado, com um aumento significativo ano a ano. Uma clara preferência do consumidor por dispositivos que ofereçam uma combinação de desempenho e valor parece estar emergindo dos dados.
De acordo com o último relatório da Omdia, o desempenho específico dos cinco principais fornecedores é o seguinte:
- A Samsung foi responsável por 33% da participação de mercado e vendeu 11,6 milhões de unidades, indicando um aumento de 2% em relação ao ano anterior.
- A Xiaomi foi responsável por 6,3 milhões de unidades vendidas, com um aumento de 9% em relação ao ano anterior, ficando com 18% de participação de mercado.
- A Motorola vendeu 5,4 milhões de unidades, uma queda de 11% em relação ao ano anterior, com uma participação de mercado de 15%.
- Honor: 2,9 milhões de unidades vendidas, um aumento de 75%, com uma participação de mercado de 8%.
- Transsion: 2,5 milhões de unidades vendidas, uma queda de 19% em relação ao ano anterior, com uma participação de mercado de 7%.
Dinâmica regional e fatores econômicos
A recuperação não ocorreu no mesmo ritmo em todos os países do mercado latino-americano, que foi marcado por diferentes tendências nos principais países. O Brasil é um dos principais contribuintes para esse crescimento, sendo responsável por 29% do volume total de remessas, com 10,3 milhões de unidades, um aumento de 5% em relação ao ano passado. Isso se deve, em parte, ao fortalecimento da fabricação local e às parcerias estratégicas de marcas como Realme, OPPO e Honor.
Em contrapartida, o México, o segundo maior mercado, mostrou-se difícil. As remessas diminuíram para 7,4 milhões de unidades, uma queda de 11% em relação ao ano anterior. Esse é o quarto trimestre consecutivo de declínio no México, impulsionado por uma estratégia de estoque cada vez mais conservadora em relação a dispositivos abaixo de US$ 300. Mas, excluindo o México, países como América Central, Equador, Colômbia e Chile mostraram resistência.
Em alguns desses países, a melhoria econômica, que manteve a inflação sob controle e impulsionou os investimentos, traduziu-se em maiores gastos dos consumidores com dispositivos de tecnologia.

Emir Bardakçı